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Contos de fadas não existem! (Parte 3)

"Contos de fadas não existem, para todas as outras tenha MasterCard!"


“Onde estou? Quem é ela? que horas são?” Perguntei pra mim mesmo. Logo achei as respostas para todas essas questões mais que obvias, visto que ontem “toquei o puteiro”. Estava eu em um quarto de motel, com uma colega da faculdade, pra variar atrasado. O lugar, mas parecia um “pulgueiro”, o espelho do teto estava rachado e embolorado nas laterais. Pensei; isso vai cair na minha cabeça, corri ao banheiro pra tomar aquela ducha, e percebi que não havia porta, me questionei se haveria chuveiro, chuveiro até tinha, só não tinha água quente. Que horrível, minha cabeça doía, parecia que o cérebro estava solto lá dentro.
Eis então que ela me surge na porta, ela a garota com quem dormi. Entendi porque os caras diziam que ela não podia de forma alguma usar OB. Não, não é isso que vocês estão pensando, ela era tão pequena, mais tão pequena, que se usasse OB sem dúvidas tropeçaria na cordinha. Juro que não tinha mais que 1,40m, parecia minha sobrinha de 10 anos. E alguns pensamentos começaram a explodir na minha cabeça, como ia eu sair a pé daquele estabelecimento ao lado daquela anã. Bom, de uma coisa eu tinha certeza, iria sair sem ela, nem que tivesse que colocá-la a força dentro da minha mochila. E o pior de tudo era ouvir aquela voz aguda e irritante entrando dentro da minha cabeça, piorando mais ainda a dor.
Imaginem só ela falando; “Nossa! ontem à noite você foi um animal” Aproveitou pra fazer um trocadilho com a palavra animal, ficou mais ou menos assim; “Animaaaaaaauuuu!”. E quando ela fez isso pensei que os vidros iriam estourar e junto com eles minha cabeça. Não tive como não ser grosso. “É possível você falar mais baixo, de preferência ficar sem falar, porque sua voz irrita”. Ela fez uma cara de choro e respondeu; “Vocês homens são tudo iguais, ontem você me disso coisas bonitas, acho que só foi pra me levar pra cama” disse quase chorando.
Me senti um lixo, não acredito que fiz isso com ela usei, uma  pessoa pra se vingar de outra. “Desculpa, não quis ser grosso”. Então como se fosse tudo um teatro ela respondeu com sua voz irritante “Então, ainda vamos casar?” Como assim casamento? Minha cabeça doendo, atrasado e uma louca falando de casamento. Meu “eu” Saraiva falou mais alto “Filha acorda, conto de fadas não existem”.
Um momento de silêncio, ela ficou estática olhando para mim, notei que 70% de seu rosto pertenciam aos seus olhos, parecia uma coruja. Mas foi como uma leoa que pulou encima de mim, em uma fração de segundos se pendurou em meu cabelo, verdadeiramente ela além de anã era louca, lembrei daquele filme A Noiva de Chuck, nesse caso ela era a noiva e eu num estava nem um pouco a fim de ser o Chuck. Peguei ela pelo os braços como se fosse uma criança e a joguei na cama. Ela gritava, esperneava, me chamava de cafajestes, de filho da puta. Minha cabeça doía, não achava meu sinto e não pude deixar de gritar mais alto que ela, “Cala essa sua maldita boca!”
Ufa! Enfim ela parou de gritar, mas começou a chorar como um recém nascido. Aproveitei esse momento de distúrbio bipolar, terminei de me arrumar e saí ajeitando os cabelos pelos corredores e ouvido ainda seu choro. Na portaria, a recepcionista disse que não poderia sair sem a autorização dela, ou seja, a anã louca que me agrediu teria que liberar minha saída. Por um momento, pelo jeito que ela ficou, pensei que fosse ficar ali parado o dia inteiro, eu no lugar dela não autorizaria. Mas, nem todo mundo tem esse espírito de vingança que tenho,permitiu que eu fosse liberado. Mudei de idéia quando virei à esquina e recebi uma mensagem em meu celular escrito assim; “Você vai me pagar muito caro por isso!”. Na corrida até o serviço, notei que no bolso da camisa social tinha um papel, daqueles de maquina de cartões, exibindo o valor de R$237,00 em uma vez no credito. E pensei; “Estou fudido, isso só pode ser praga de Geane, na minha concepção minha já então “atual ex-esposa”. Ou até mesmo, poderia denominar isso como efeito colateral de uma fútil vingança.
Pra variar encontrei meu chefe no elevador, me olhou dos pés a cabeça com cara de nojo e disse; “Novamente atrasado, o que aconteceu com você filho?”. Prontamente respondi, “Minha avó faleceu essa madrugada”. Não me julguem, quem nunca matou um parente pra se livrar de um atraso. “E porque você veio trabalhar, volte pra casa pra ficar com sua família neste momento difícil”. Não sabia que conseguia fazer isso, consegui chorar, e de fato ele acreditou. Todos vieram me dar os pêsames. Inclusive ela, não a anã não, Monique é o nome dela, trabalha no RH, é uma loira gaúcha de parar o transito, ainda de quebra ganhei um abraço.
Bom meu queridos, as coisas começaram a mudar. Em plena sexta-feira, estava voltando pra casa e tinha o final de semana inteiro, já que minhas aulas ainda não começaram. Tudo lindo, ouvindo musica no mp3 do meu celular, sabe aquelas musica que você ouve e imagina mil coisas. Cheguei à rua da minha casa, vi um carro que mais parecia uma nave parado em frente. Não sei dizer que carro era só sei que nunca vou chegar a ter um desses.  Foi ai então que meu pesadelo começou novamente. Lá estava ela, não a anã não, Geane a descarada, safada e filha de uma puta, estava arrumando as malas, me olhou assustada e disse aquele “você!” Como se tivesse roubando moedas do porquinho. Respondi no instinto saraiva “Não, não sou eu, já ouviu falar de projeção astral”. Quando terminei de falar saiu do nosso quarto, um homem, que parecia o King Kong, ele era 2X2, isso que dizer que eram dois metros de largura por dois de altura. Era negro, e seus beiços se cortassem e fizesse churrasco deles, alimentaria toda a Somália, era um senhor "beiço!"
“Quem é esse Godizila?” Perguntei com enorme surpresa olhando pra cima. “Esse Godizila, chamasse Ricardo e será meu marido em questão de dias”. “Filho da puta!” percebi que pra variar pensei alto, e aquela montanha enfim abriu a boca. “O que você falou?!”, tive medo da cara dele, mas da voz meus queridos, quase ri. Lembra da anã enlouquecida, a voz dele parecia com a dela. Geane pela primeira vez em muitos anos teve uma atitude sensata, pediu para o tal de Ricardo aguardar no carro.
“Porra Geane! O cara tem corpo de Maguila com voz de Léo Aquila”. Claro que me certifiquei se ele já tinha ido, por que, a voz era de Léo Aquila, mas a mão continuava sendo do Maguila.
Por fim meus queridos, ela foi embora, sem muita cerimônia. Disse que estava infeliz, e que conheceu alguém melhor, exagerou na demagogia, e poupou os elogios.  O mais estranho, é que era pra mim está rindo disso tudo, no entanto, são nove da noite, e estou vendo televisão, tomando uma cerveja e pensando em minha vida, como será de agora pra frente?
E pra encerrar a noite, meu telefone toca. E sim era ela a anã, resolvi atender. Preciso narrar com detalhes como foi o diálogo.
- Oi sou eu a Luana – Falou esbanjando felicidade, suspeitei que estaria aprontando alguma. E logo tive a certeza - Então, você sabe onde está seu cartão de credito?
- Em algum lugar na minha mochila por quê? – Respondi, mas com pensando; “eu acho que esteja.”
- Está enganado querido, está comigo!
                - OK tudo bem ele é de chip, você num tem a senha e mesmo se tivesse não usaria certo?-Disse imaginado o pior.
                - Errado, quem pagou a comanda ontem foi eu e com o seu cartão, você anotou a senha em um guardanapo e me entregou. Acabei de chegar do shopping, estava me sentindo muito mal, com a alta estima baixa, precisava gastar. Você tem que ver, comprei um escarpam lindo. Que pena que você é pobre e seu cartão tem um baixo limite, consegui passar só R$ 700,00. Agradeço a você Alfredo. Não quero que fique triste, pois,como você disse “Contos de fadas não existem”!
                   Chorei meus amigos, chorei de raiva, e vou chorar toda vez que lembrar o que aquela maldita anã fez comigo. Irei me retrair, farei meu plano de ataque, e na faculdade ela me paga, por que a vingança tarda, mais é prazerosa.
                Até!

Soneca maldita que me faz perder a hora!(Parte 2)

"É perdendo a hora que se acha problema!"
Por favor, me digam quem foi o filho de uma puta, desocupado, e preguiçoso que inventou a tal “soneca” para celular, poderiam mudar o nome de “soneca” pra “perca a hora”. Não há uma única vez em que meu celular desperte, e tenho a infelicidade de apertar o botão que ativa a maldita função e não chegar atrasado ao serviço. Programei para despertar às 05h15min, levantei eram 05h55min com o barulho do salto da Geane, minha “querida futura ex-esposar”. E o que mais me surpreendeu, foi que a bandida descarada acorda e sai no mesmo horário que eu, e não teve a coragem de me chamar. Foi pura maldade, e cinismo da parte dela olhar pra mim e dizer; “Hum, acho que você está atrasar”. No entanto meus queridos leitores, ela não esperava que eu teria minha vingança, muito menos que seria tão rápida. Ao passar pela cozinha, notei que a chave do portão dela, estava em cima da mesa, não pensei duas vezes, sem pestanejar abri a lixeira e joguei no lixo. Quase coloquei tudo a perder com uma enorme gargalhada, quando ela perguntou; “Você viu minha chave?”, respondi com o maior prazer devolvendo o cinismo; “Hum, não posso falar com você querida, eu estou atrasado”. Juro pra vocês, se aquela mulher tivesse o raio ultravioleta do super-homem nos olhos, ela teria me fritado sem dó nem piedade. Terminei de me arrumar, e ela ainda estava sentada no sofá, neguei emprestar minha chave e saboreei minha vingança com um bom café puro e amargo, ainda me dei o luxo de fumar um cigarro e engraxar meus sapatos, antes de sair de casa.
 Coitada, quase caiu correndo no caminho para o ponto. Já eu meus queridos, aprendi uma coisa, se você estiver atrasado não adianta correr nem se desesperar, por que tudo vai acontecer. Seu ônibus vai atrasa ou quebrar, e no caminho se prepare vai encontrar trânsito, quando não o motorista acaba sendo um lerdo, dirigindo a “10 por hora”, enfim, tudo vai conspirar contra você. E pra explicar tal conspiração do universo, só mesmo as leis de Murphy. Mas, uma das coisas que eu queria muito saber, é porque que quando você está atraso, e reza o caminho todo pra não encontrar seu chefe, você da de cara com ele no elevado, e lá mesmo ele faz uma pergunta só pra te deixar sem jeito. “Atrasado novamente?!” e você faz aquela cara de bosta.  Nessa altura do campeonato esqueça, seu dia será uma merda do começo ao fim. Nem guardei minhas coisas e o Bruno me vem; “Mastigado, pega um café na maquina pra mim, to atolado de coisa pra fazer”, fazer o que, difícil de aceitar que respondo para um “Nerd” , virgem e de mau hálito. Claro que não poderia faltar aquela cuspidinha básica no café.
 Eu tenho um grande problema, desde pequeno sou muito vingativo. E hoje, eu tenho uma vingança saborosa para me deliciar. Lembram que na ultima postagem, terminei dizendo assim; “Depois conto como foi chegar em casa moído e se deparar com a medusa virada no satanás”, então a Medusa, minha adorável futura ex-mulher, não estava em casa, encontrei um bilhete na geladeira escrito com essas palavras; “Oi amor! passei em casa rapidinho pra me trocar, é aniversario de uma amiga minha e vamos comemorar. Não tenho horas pra chegar, mas não se preocupe, o Ricardo meu amigo da faculdade vai me trazer de carro”. Quando li aquilo meus querido, eu não sei se ria ou se chorava. Por mais que não sinta absolutamente nada por ela, ela ainda é casada comigo, e isso é uma falta de respeito com a minha masculinidade. Nunca em cinco anos de relação saímos sozinhos, sem que um dos dois estivesse junto, e agora que nossa relação está por um fio ela me vem com essa. Contei até 100 e sentei para ver o jogo do meu Corinthians, mais dormi do que assisti, acordei eram 44 do segundo tempo, e o placar era 2 x 0 para o Tolima. Fiquei com vontade de quebrar a televisão, mas logo me lembrei do crediário nas Casas Bahia, e que faltam ainda sete parcelas. Ouvi um barulho de um carro, algumas risadas, e um barulho de alguém mexendo no cadeado. Juro pra vocês, que ela demorou cerca de cinco minutos pra conseguir abrir o portão, entrou com os sapatos na mão e toda descabelada, exalando álcool pelos poros. Ela me disse “oi” e não respondi, tenho certeza que ela pensou assim; “Fudeo o Corinthians perdeu”. Quebramos o pau, quer dizer tentei brigar, mais ela caiu na cama e nem me deu atenção.
 Por isso meus amigos e amigas, declaro hoje o dia mundial da Vingança, vou beber com meus amigos e abraçar os postes. Tenho três fortes motivos pra isso, meu time perdeu e minha mulher é uma desgraçada sem coração, e o terceiro é que sou corno.
Liguei pra alguns amigos, esta tudo certo a noite promete, assino hoje minha carta de alforria. Logo mais, conto pra vocês como será chegar bêbado e acabar um casamento.
Até.

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Personagem de um cotidiano. (Parte 1)

"Mato cachorro a grito  pra economizar latido, e mesmo assim o meu porquinho passa fome!"

“Esse cachorro-quente deve está uma delicia”, pensei comigo mesmo, mas logo mudei de idéia quando vi o sorriso desdentado do tiozinho que os vendia. Pra ser um pouco mais detalhista - e ser detalhista é uma das minhas características marcante - pude contar em toda sua boca dois únicos dentes amarelados, ele é de fato o que poderíamos chamar de sorriso vazio, ri comigo mesmo e pensei “ganho pouco mais sou feliz”. Mordi o tão saboroso lanche com o ar suspeito, conclui que; Urubu na guerra é frango, porque a fome meus amigos, era grande.
Os dias em São Paulo andam muito quentes, e estar em plena Praça da Sé sob um calor de 35 graus, vestindo terno e gravata com certeza não é nada agradável, é  amostra grátis do inferno.
Sem muito rodeio, me chamo Carlos Alfredo Neto Souza da Silva, meu nome é uma junção de interesses e indecisões de meus pais. A história se resume no seguinte, minha mãe sempre quis ter um filho menino e colocar o nome de Carlos, e do jeito que ela é geniosa nada iria tirar isso da cabeça dela. Já meu grande pai que Deus o tenha, prometeu para meu avô no leito de sua morte que se tivesse um filho homem iria colocar seu nome de Alfredo, ai virou o seguinte texto; Carlos Alfredo Neto Souza da Silva. Levando em consideração que meus pais são do nordeste e o pessoal de lá tem uma criatividade para nomes admirável, agradeço por não me chamar “Adegonesjoson”. Caso queiram simplificar as coisas, podem me chamar de “mastigado”, é assim que todos me chamam no meu trabalho. Querem saber o porquê que me chamam assim? Eu poderia muito bem nessa narrativa falar meias verdades, dizer que sou quase um irmão gêmeo do “Gianecchini”, no entanto a realidade é bem diferente disso. Nasci infelizmente desprovido de beleza, e por esse motivo dizem assim; “Orra cara! Tu é tão feio que parece que foi mastigado (gargalhadas e gargalhadas). Como bom estagiário que sou, faço cara de conteúdo e dou um sorriso forçado. Mas minha hora de rir sempre chega, cuspo no suco deles quando me pedem pra ir até a padaria e falo comigo mesmo; “Quem é o mastigado agora em?!”. Com tudo meus caros leitores gostaria muito que me chamassem apenas de Alfredo, gosto que me chamem assim, lembro de meu falecido pai.
No final das contas não sou nada além de mais um personagem desse cotidiano incrivelmente injusto e surpreende de nosso Brasil. Tentarei trazer pra vocês algumas narrativas de nossa realidade, como se fosse um diário, onde riremos juntos, choraremos juntos, comemoraremos juntos e com toda certeza vou passar muita raiva, digo isso por que sou casado e hoje já não mais acredito em vida após o casamento. Acreditem, minha mulher é um ditador enlouquecido pelo stress do cotidiano. Ontem cheguei em casa, disse “oi’’ e ela não respondeu, logo pensei “fodeu TPM!”tomei banho e fui jantar, e me perguntei; “Cadê a janta”, só que infelizmente pesei alto. Meus amigos não queiram ver aquela mulher de 95 quilos em plena TPM tendo uma crise de pelanca, começou perguntando se eu tinha empregada e mandando minha querida mãe – que num tinha nada a ver com a situação - fazer o jantar, e acabei no sofá duro e com fome, pensando “Como eu amo minha adorável futura ex-mulher” agradeci por não ter filhos com ela, isso torna as coisas tão fáceis.
Dormi conformado, com a barriga cheia de sonhos, sei que hoje sou um bosta, um nada, um zero a esquerda. Mas graças a Deus, tenho 25 anos de saúde, raramente tenho gripes, meu carro num vale nada, tenho um gol quadrado azul, ano 91, que parece um enfeite na garagem, faz 8 meses que não sai de lá, com meu salário de estagiário teria que juntar dinheiro durante um ano para concertar. Mais sei que os tempos irão mudar. Como diria um amigo meu “A esperança é que nem sogra, é ultima que morre”. Termino esse ano a faculdade de direito, abrirei meu próprio escritório e serei muito rico e bem sucedido. Hoje, após ter dormido no sofá duro, acordei com dor nas costas.
E estar em plena Praça da Sé sob um calor de 35 graus, vestindo terno e gravata com dor nas costas é tortura nazista, além do mais quando terei que ir a um fórum em Cotia quando eu moro em Itaquera. E ainda tenho que ouvir meu chefe dizer; “De lá pode ir direto pra sua casa” como se tivesse me fazendo um favor, quase digo “Posso ir pra casa da sua mãe?”, não, dessa vez não pensei alto.
Bom, agora vou pegar o metro, algumas conduções um cipó e duas canoas pra chegar nesse maldito fórum. Depois conto como foi chegar em casa moído e se deparar com a medusa virada no satanás. Se sobreviver a isso, juro que escrevo um livro.
Até.


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